Achei muito enriquecedora a palestra com o Prof. Dr. Adair Busato, principalmente pelo aspecto de ação da clínica fundamentada em sua filosofia de tratar o doente e não somente a doença, lançando mão de condutas que as pessoas não fiquem enfermas, tentando entender porque determinados individuos são mais suscetíveis que outros e quais os fatores de risco que estes pacientes estão vivenciando.
Palestra do Prof. Adair Busato
Categoria: Associado




É instigante a filosofia de “tratar o doente e não somente a doença”, buscando entender as suscetibilidades e fatores de risco, como mencionado na palestra do Prof. Busato. Porém, fica a dúvida sobre a aplicabilidade prática dessa abordagem holística em larga escala e o quanto ela se diferencia das diretrizes já existentes em medicina preventiva, que também miram na raiz dos problemas.
A premissa de “tratar o doente e não somente a doença”, mencionada como central na palestra do Prof. Dr. Adair Busato, é certamente um ideal louvável e algo que muitos profissionais de saúde almejam. No entanto, fico a questionar o quão inovador ou distintivo essa “filosofia” se traduz na prática clínica diária. A busca por entender a suscetibilidade individual e os fatores de risco, assim como a ideia de “condutas que as pessoas não fiquem enfermas”, são pilares da medicina preventiva e da atenção primária há tempos. Seria interessante aprofundar como a abordagem do Professor Busato difere ou eleva essas práticas já estabelecidas, em vez de apenas reiterar a importância delas.
Considerando a complexidade da saúde humana, que vai muito além da simples ausência de enfermidade, a ênfase na individualidade é crucial. Contudo, em um cenário onde a medicina baseada em evidências é tão valorizada e necessária, surge a dúvida sobre como essa “filosofia” se harmoniza e complementa as diretrizes e protocolos já existentes. As “condutas” que visam evitar que as pessoas adoeçam, por exemplo, seriam fruto de uma metodologia específica proposta pelo professor, ou se referem a um conjunto mais amplo de hábitos e cuidados que, embora importantes, não são necessariamente exclusivos de uma nova filosofia? Creio que a discussão poderia se enriquecer com exemplos mais concretos de como essa abordagem se manifesta na intervenção clínica, especialmente em casos onde a suscetibilidade é multifatorial.