Pacientes com Câncer de Cabeça e Pescoço

Postado Por Categoria: ABO Jornal NH

Colaborador: DR. Mathesu Piardi Claudy

O câncer de cabeça e pescoço representa 10% dos tumores malignos a nível mundial, sendo que 40% dos casos ocorrem na cavidade bucal. O carcinoma espinocelular é a neoplasia maligna mais freqüente na cavidade bucal. Outras de menor freqüência, mas não menos importantes como os melanomas e os sarcomas também podem acometer os tecidos bucais.

A cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia são os métodos terapêuticos utilizados no combate ao câncer de cabeça e pescoço. Estes tratamentos anti-neoplásicos são aplicados isolados ou associadamente. Porém, além de combaterem as células neoplásicas (tumor), também geram efeitos colaterais podendo levar ao aparecimento de seqüelas e/ou complicações na cavidade bucal.

Quando a radioterapia é utilizada no tratamento de neoplasias, alterações poderão ser observadas em decorrência dos efeitos colaterais da radioterapia, em tecidos moles, duros e regiões adjacentes à cavidade bucal. Tais efeitos resultam da interação da radiação com células teciduais, tendo a dose aplicada, tipo de radiação, bem como características celulares dos tecidos envolvidos como os principais fatores determinantes do tipo de alteração. Entre as alterações/seqüelas estão as mucosites, xerostomia, diminuição do paladar, disfagia, trismo, cárie e a osteorradionecrose.

O cirurgião dentista tem um importante papel nas diferentes fases terapêuticas do câncer bucal. Seja no diagnóstico precoce, na preparação para o tratamento anti-neoplásico, prevenindo o aparecimento de seqüelas, utilizando meios para minimizar seus efeitos e no período pós-radiação, oferecendo suporte e possibilitando ao paciente melhor qualidade de vida.

Matheus Piardi Claudy

CRO 14719 Cirurgião Dentista

Especialista em Estomatologia

Mestre em Reabilitação Oral – Implantodontia

Comments (3)

  1. O artigo apresentado pelo Dr. Matheus Piardi Claudy aborda com pertinência a complexidade do câncer de cabeça e pescoço, notadamente sua significativa prevalência global e a alta incidência na cavidade bucal. A descrição dos métodos terapêuticos e suas inerentes sequelas, como a xerostomia e a osteorradionecrose, sublinha os desafios enfrentados pelos pacientes. É particularmente valiosa a ênfase conferida ao papel multifacetado do cirurgião-dentista, desde o diagnóstico precoce até o manejo das complicações pós-tratamento. Tal abordagem reitera a necessidade de uma atuação multidisciplinar e contínua para mitigar os efeitos adversos e otimizar a qualidade de vida dos indivíduos afetados.

  2. Luana Lima

    Poxa, que artigo massa! A gente nem imagina a importância que o câncer de cabeça e pescoço tem, né? Fiquei chocado em saber que 10% dos tumores malignos no mundo são desse tipo e, mais ainda, que *40% dos casos* aparecem na boca. É muita coisa! E o Dr. Matheus Piardi Claudy explica bem que não é só o carcinoma espinocelular, mas tem melanoma e sarcoma também. A gente pensa só no que é mais falado, mas o problema é bem mais abrangente. 😬

    Achei super importante o artigo falar não só dos tratamentos em si (cirurgia, radioterapia, quimioterapia), mas principalmente dos *efeitos colaterais* que eles causam. Essa lista de sequelas como mucosite, xerostomia (boca seca), diminuição do paladar e até cárie e osteorradionecrose, é bem assustadora. É um preço alto pra combater o câncer, e o artigo deixa claro que esses efeitos são sérios e podem impactar demais a qualidade de vida do paciente.

    E é aí que entra o papel fundamental do cirurgião-dentista, que o Dr. Matheus destacou super bem. Não é só pra diagnosticar cedo, mas pra dar um suporte GIGANTE *antes, durante e depois* do tratamento, minimizando essas sequelas e oferecendo mais qualidade de vida. É uma área que mostra como o cuidado bucal vai muito além de ter um sorriso bonito. Acho que essa informação deveria ser mais divulgada pra gente ficar mais atento e buscar o dentista não só quando sente dor, mas pra uma prevenção mais completa. Fica a dica pra gente se cuidar mais! 😉

  3. Lívia Cavalcanti

    O artigo do Dr. Claudy traz à tona dados muito relevantes sobre o câncer de cabeça e pescoço, especialmente a alta incidência na cavidade bucal e a predominância do carcinoma espinocelular. É importante pontuar a clareza ao descrever os tratamentos convencionais – cirurgia, radioterapia e quimioterapia – e seus inevitáveis efeitos colaterais. No entanto, ao apresentá-los como “os métodos terapêuticos utilizados no combate”, fiquei a me questionar se o texto não poderia abrir um parêntese, mesmo que breve, para mencionar outras abordagens emergentes ou complementares que, ainda que não sejam o padrão-ouro, vêm sendo estudadas, ou até terapias-alvo mais recentes que buscam maior seletividade e menos toxicidade sistêmica. Isso poderia enriquecer a visão do leitor sobre o cenário atual do tratamento.

    A relevância do cirurgião-dentista em todas as fases do tratamento é, sem dúvida, um ponto crucial e muito bem destacado, desde o diagnóstico precoce até o suporte para uma melhor qualidade de vida pós-tratamento. Contudo, ao se referir a “prevenindo o aparecimento de seqüelas”, tendo em vista que o próprio artigo descreve que esses tratamentos “geram efeitos colaterais”, talvez a ênfase pudesse ser mais sobre a *minimização* e o *manejo* dessas sequelas. Dada a complexidade dos efeitos como osteorradionecrose e trismo, é desafiador pensar em “prevenção” total. Seria interessante ponderar se avanços futuros não poderiam focar em como *intrínsecamente* diminuir a severidade desses efeitos no nível celular, algo além da intervenção clínica do dentista para gerenciar o que já se manifestou.

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