A dieta e o desenvolvimento da cárie

Postado Por Categoria: ABO Jornal NH

Colaboradora: DRA. CLÁUDIA ROCHELE WICKERT

Aconselhamento dietético básico: o açúcar ingerido produz ácido na placa por 20 a 30 minutos, alimentos cariogênicos devem ser consumidos junto com as refeições, usar substitutos do açúcar e combinar um dia para o consumo de doces (sugestão aos fins de semana).
O leite tem um potencial cariogênico devido à presença de lactose, portanto a higiene bucal deve ter início na vida da criança mesmo antes dos primeiros dentes apontarem na cavidade bucal.
A mudança de hábitos na dieta deve ser gradual e ter consciência que a frequência do consumo de doces é sempre mais prejudicial que a quantidade consumida.
O dente recém erupcionado é mais poroso e mais suscetível à cárie. Nesse período a dieta deve ser mais controlada e os acompanhamentos pelo dentista devem ser feitos num
menor intervalo de tempo para que o dente adquira uma maior resistência.
Não esqueça de motivar a criança a mastigar bem os alimentos. Isso vai estimular o crescimento ósseo e prevenir a falta de espaço para os dentes.
As doenças da cavidade bucal são transmissíveis. Pais com cárie, doença periodontal e etc, que não se previnem e não cuidam, tem uma maior probabilidade de transmitirem aos seus filhos. Então procure seu dentista e faça a sua revisão e a prevenção!
É importante ter consciência da importância da dieta como prevenção na odontologia, na sua vida e de sua família e entender a relação da nutrição com a saúde bucal.
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E SORRISO PERFEITO!

Dra. Cláudia Rochele Wickert
Cirurgiã-Dentista – CRO/RS 7501

Comments (3)

  1. A Dra. Cláudia Rochele Wickert aborda de forma prática a relação entre dieta e cárie, enfatizando que a frequência do consumo de doces é mais prejudicial que a quantidade. A informação sobre o açúcar gerar ácido na placa por 20 a 30 minutos é um bom lembrete.

    O texto ressalta a necessidade de iniciar a higiene bucal precocemente, antes mesmo dos primeiros dentes, e controlar a dieta para dentes recém-erupcionados. É pertinente o alerta sobre a transmissibilidade de doenças bucais de pais para filhos.

    A sugestão de agrupar alimentos cariogênicos nas refeições e ter um “dia do doce” parece ser uma estratégia útil para a mudança de hábitos. A conscientização sobre a mastigação e o crescimento ósseo adiciona uma camada importante ao cuidado preventivo.

  2. Bianca Ramos

    Achei muito interessante a abordagem da Dra. Cláudia Wickert sobre a relação entre dieta e cárie, especialmente ao reforçar que “a frequência do consumo de doces é sempre mais prejudicial que a quantidade consumida”. No entanto, a sugestão de “combinar um dia para o consumo de doces (sugestão aos fins de semana)” me fez refletir. Embora a intenção seja ótima para controlar a frequência, será que essa estratégia não pode, em alguns casos, levar a uma supercompensação no dia permitido? Fico pensando se, para algumas crianças e famílias, isso não acabaria por concentrar uma grande quantidade de açúcar e, consequentemente, de ataques ácidos em um único período, o que poderia ser um desafio maior para a higiene bucal posterior, ou até mesmo gerar uma ansiedade para “aproveitar” o dia do doce ao máximo.

    Outro ponto relevante é a recomendação de que “alimentos cariogênicos devem ser consumidos junto com as refeições”. Concordo plenamente com a ideia de minimizar os ataques ácidos isolados, mas gostaria de ver talvez uma discussão um pouco mais aprofundada sobre o leque desses alimentos. O artigo cita o açúcar e a lactose do leite, mas e quanto aos carboidratos refinados em geral, que também têm um papel significativo na formação da cárie e são consumidos em diversas refeições? E, indo além, será que não poderíamos explorar mais os benefícios de alimentos que atuam como “limpadores naturais” – como frutas e vegetais fibrosos – que, além de nutrir, também ajudam a manter a saúde bucal entre as refeições e poderiam ser incentivados? É uma questão de ver a dieta de forma ainda mais integral para a prevenção da cárie.

  3. A Dra. Wickert, em seu artigo, aborda de forma concisa e direta aspectos cruciais da relação entre dieta e saúde bucal. A ênfase na produção ácida pela microbiota do biofilme dentário em “20 a 30 minutos” após a ingestão de açúcar é um fundamento da etiopatogenia da cárie, reforçando a importância do controle da frequência e do timing do consumo de carboidratos fermentáveis para permitir períodos adequados de remineralização. A menção ao potencial cariogênico do leite, devido à lactose, é pertinente, mas é relevante contextualizar que, embora forneça substrato, o leite também contém componentes como cálcio, fosfato e caseína, que podem exercer um efeito modulador e protetor, particularmente quando combinado com uma higiene bucal precoce e eficaz, como corretamente pontuado para a primeira infância.

    A vulnerabilidade do dente recém-erupcionado, com sua estrutura de esmalte ainda em fase de maturação e, portanto, mais porosa e suscetível à desmineralização, é um alerta fundamental para a intensificação dos cuidados dietéticos e profiláticos nesse período crítico. A promoção da mastigação é outro ponto relevante, uma vez que a função mastigatória estimula o crescimento e desenvolvimento ósseo-facial, contribuindo para a adequada formação das bases ósseas e a prevenção de más oclusões por falta de espaço. Por fim, a clara afirmação sobre a transmissibilidade das doenças bucais sublinha a importância da saúde oral parental, especialmente na transmissão vertical de *Streptococcus mutans* para a prole, enfatizando que a prevenção eficaz transcende o indivíduo, exigindo uma abordagem familiar e integrada ao plano de tratamento odontológico.

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